29.8.10

Just to say what's up!

Oi oi.

Fazem dois meses e meio que voltei ao Brasil e já estou bem mais acostumada com o "novo eu" na  minha "velha vida", embora hoje eu tenha uma rotina diferente.

Eu descobri muitas coisas a respeito de mim desde que voltei, e descobri também quem são verdadeiros amigos, aqueles que mesmo depois da euforia do "A Aline voltou!!"  ainda continuam meus amigos e demonstram isso por aturar meus momentos de crise "Eu odeio morar aqui". Mas há também aqueles que eu pensava que eram meus amigos, porque quando estava nos Estados unidos estavam sempre lá, me ajudando e dando uma força, que se diziam estar super felizes com o fato de eu voltar, mas que hoje nem se quer se preocupam em saber como estou ou só mandar um "Oi" que não leva nem um minuto, para que eu não sentisse como se o problema fosse comigo, então essas coisas a gente apaga da memória e dá atenção a quem realmente nos ama. :)
 É muito mais fácil se adaptar a um estilo de vida melhor, mas quando você sai disso para ir pra um não tão bom, as coisas mudam de figura. Eu tenho colegas que me criticam por falar mal do Brasil, como se eu não tivesse o direito de me expressar. A questão é que coisas que eu falo geralmente não são só a minha opinião, são fatos! Por exemplo dizer que a maioria das pessoas são mais civilizadas nos Estados Unidos é um fato!! Lá você não vê pessoas andando no meio da rua como se fosse a coisa mais natural de se fazer, ou jogando lixo na rua como se também fosse natural ( tudo bem que lá também há pessoas que raramente fazem isso, mas não é como aqui)...bom há mil e uma coisas a se comparar, e sim, na minha opinião os Estados Unidos é um país muito melhor pra se viver, mesmo sem família e amigos. Mas também é verdade de que quando eu estava lá, sempre batia aquela vontade louca de voltar pro Brasil e eu passei a apreciar o Brasil bem mais, mas hoje, depois de saber como é sentir saudade dos dois países, cheguei a conclusão de que aqui não é o meu lugar.
Eu quero morar num país aonde há um pouco mais de segurança, um pouco menos patifaria na política e aonde eu consiga viajar com uma maior facilidade. Não, não vou tentar voltar para os Estados Unidos, mas também não pretendo ficar no Brasil por muito mais tempo. Eu estou trabalhando já, numa escola de inglês,haha...( tinha pensando em dar aulas particulares, mas cheguei a conclusão de que seria muito mais responsabilidade e mais cansativo) eu estou gostando, é um ambiente legal de se estar, e vou guardando uma grana e analisando bem as minhas opções de imigração.
Hoje em dia eu ainda evito olhar as fotos de Ithaca (minha ex-city que eu amo), da minha American Family e do meu ex-BF...porque bate aquela angústia, ao invés de me dar alegria por ver tudo oque vivi lá, eu só consigo pensar no que perdi,  na minha situação a volta foi muito mais dolorosa do que a ida, do que a saudade louca que dá desse Brasil quando estamos lá trabalhando e se adaptando àquela cultura diferente.

Portanto digo que estou aproveitando ao máximo os meus amigos, a minha família e aquilo que o Brasil tem de bom porque se Deus quiser, logo mais estarei partindo pra próxima aventura no exterior.




P.S. Vocês já viram os gibis da turma da Mônica em Inglês e Espanhol?!  Eu amei!!







Arrivederci!!

4.8.10

Quase dois meses.

Ola Ola.

Hoje eu tenho forças para vir postar a respeito dos meus últimos dias nos States. A dor hoje já não é tão grande, e eu consigo melhor descrever o que vivi.

Umas das coisas chatas era não poder revelar no blog para as minhas companheiras de jornada que já estava regressando ao Brasil, porque tenho amigos que leem o meu blog e muitos deles não sabiam que viria em Junho, já que eu havia lhes dito que só voltaria em Novembro.

Minhas últimas semanas nos States foram tensas, eu tentava aproveitar todos os momentos que tinha para fazer as coisas que ainda não havia feito e passar muito mais tempo com meu (ex) namorado.
Fizemos vários barbecues e saímos bastante para bares e afins. Meu então namorado é do tipo "Homem não chora"  e não é muito de demonstrações públicas de afeto, o que fazia eu pensar que ele não estava nem aí com o fato de só ter algumas semanas pra ficar comigo. Teve uma noite que brigamos e decidimos então que ele não iria mais pro Brasil me visitar em Dezembro. Mas, depois de alguns dias saímos para um bar e pedimos uma daquelas terriveis "Fish Bowl", que minhas amigas Au pairs devem estar familiarizadas. Fish bowl é um aquário cheeeio de gelo, um pint de vodka e suco de algum tipo, só eu e ele tomamos aquilo lá, e ficamos assim completamente zuados. Aí fomos pra casa dele, onde pela primeira vez ele realmente demonstrou o quanto sentia a minha partida. Foi a primeira vez que o vi chorar. O pior de tudo foi que eu não chorei! Eu fiquei abismada com a cena e não sabia muito bem o que fazer. Aí ele me disse que geralmente faz mais dinheiro no inverno e perguntou-me se poderia ir passar o aniversário dele no Brasil comigo. Logicamente eu disse que sim, embora eu sei que está sendo muito dificil superar a ausência dele e que em Dezembro já estarei bem melhor, e vê-lo denovo só irá fazer com que os sentimentos voltem e eu irei sofrer novamente na hora de dizer Adeus.
Eu estava muito preocupada com a quantidade de bagagem que eu teria que levar, e acho uma sacanagem o fato de que a agência se preocupa em fazer a família se virar para nos lervarmos pra casa deles depois da orientação, mas na hora de ir pro aeroporto no fim do programa é cada um por si. Aí eu falei com meu amor e ele disse que iria comigo até o aeroporto ( Lembrando que morava em Ithaca, 5 horas de onibus de NYC), o que já iria me ajudar e muito! 
Depois de jogar muitas coisas foras...MUITAS...eu tinha uma quantidade razoável de coisas pra levar, mas queria me manter em apenas duas malas pra fazer o check-in. Eu, enrolada como sou, só pensava em passar tempo com meu namorado e mal me preocupei em fazer as malas. 
Eis que chega a noite anterior ao meu embarque...e ainda não tinha terminado embalas as coisas.
Meu vôo foi no dia 15 de Junho, terça-feira, e deixaríamos Ithaca na terça às 9 da manhã. A segunda-feira eu disse ao meu namorado que queria passar meu último dia com ele, só ele e mais ninguém. Aí foi um dia legal embora eu não parava de pensar no temido dia de dizer adeus a tudo aquilo que com tanto sacríficio eu aprendi a amar. Eu estava extra sensível. E quis também ir dizer Adeus aos meus ex-futuros-sogros. Fico feliz em dizer que eles gostam muito de mim! Não sei se cheguei a mencionar que eles até sugeriram que eu e o meu namorado deveríamos nos casar, haha.
Eu fui pra minha casa naquela noite com o meu namorado para embalar algumas coisas, mas estava ficando tarde e resolvemos ir pro bar, e ainda larguei coisa lá pra empacotar, mas a maioria já estava em seu devido lugar.
Fui tomar uma cerveja num Pub onde a maioria dos meus amigos trabalham, e já disse Adeus a eles.
Na manhã seguinte eu saí umas 7 horas de casa porque ainda tinha que passar no "Wegmans", a grocery store que eu amo, pra comprar uma "travel mug" que minha mãe me pediu. Depois voltei pra minha casa e fui passar as últimas horinhas com a minha amada Host Family. Todos eles me ajudaram a terminar de embalar as minhas coisas, porque viram o desespero nos meus olhos de não estar conseguindo terminar de embalar as coisas. E me desesperei mais ainda ao ver que eu precisaria levar uma terceira bag. Minha sorte é que eles me deram uma bag que não usavam mais que era bem grande, onde coloquei todas as minhas roupas. Eu colei estrelinhas que brilham no escuro em todo o teto do meu quarto, mas esqueci de tirar também. Eu tinha uns 4 fiolders de fotos minhas no pc do study que eu não tive tempo de pegar, já que os dias que eu tive tempo o pc deu piti e não estava funcionando.
Depois de tudo certinho e embalado ( um salve em especial para as amadas "space bags" que são as melhores amigas de pessoas consumistas que moram em outro país por um determinado tempo) fomos pra sala tirar um último "Family portrait". O father tinha que ir trabalhar, mas que na noite anterior já havia me dito todas aquelas sentimentalidades, se despediu de mim uma última vez, depois de levar todas as minhas "very heavy bags" pro carro. A Mother iria me levar até a estação de ônibus, onde iria encontrar o meu namorado, que ficou em casa dormindo enquanto eu fui pra casa terminar de empacotar. Ele chegou lá uma meia hora antes de mim, já que no último minuto, quase saindo de casa, quando estava tomando meu coffee, é claro, eu o derrubo no chão e na minha camiseta!! Se eu não me sujar com comida, não sou eu!! Aí corre a mother me pegar uma outra blusa dela, já que minhas coisas estavam nas malas. Ai, que sufoco, mew! Aí foi a hora de dizer adeus ao meus boys, que aprenderam tanto, evoluiram tanto durante esse um ano e meio que estive com eles. Eles não tinham muita noção do que estava acontecendo, me deram um abraço e continuaram se focando nos brinquedos com o qual brincavam. Saí chorando, e fomos pro carro. Enquanto estavamos no caminho, olhava pra tudo naquele lugar, com uma dor de saber que seria a última vez que veria aquelas coisas, aqueles lugares que ia, aquelas ruas pelas quais passava o tempo todo, aquelas pessoas esquisitas que deixaram de ser esquesitas uma vez que eu adquiri a visão de um "Ithacan".  Chegando na estação meu namorado veio ajudar com as malas e a Mother ficou comigo até a hora de entrar no onibus. Último abraço, lágrimas e Adeus.
5 horas de viagem, nós dormimos quase o caminho todo já que se durmimos 3 horas na noite anterior foi muito.  Chegando no Port Authority in NYC, com três malas hiper pesadas (na faixa de 30 kgs cada) e minha mala de mão, eu corri num pub que tem lá pra ver se estava passando o primeiro jogo do Brasil na Copa, aí quando vi que passava sim, pegamos as coisas e fomos almoçar lá e assistir o jogo. Quando o mesmo acabou, pegamos o taxi e fomos pro JFK. Estava com o coração na mão pra fazer o check-in. ainda tenho que quase estapear a incompetente da mulher do balcão da Delta, que assim que coloquei a primeira mala que pesava 31 kgs me olhou e disse que tinha excesso. Aí vai eu explicar pra infeliz que pro BRASIL são 32 kgs! Aí ela foi confirmar com a outra moça da Delta. Aí coloquei a segunda e depois a terceira. Aí eu disse que aquela era extra e que eu já havia ligado e me confirmaram que era 70 e poucos dólares a mala extra, e ja veio ela querendo dizer que era mais e blá blá blá. ai novamente a outra moça confirmou que era 70 e poucos dolares mesmo.
Check-in feito, era só esperar 3 horas pro meu vôo.
As três últimas horas eu começava a chorar assim do nada...foi tenso. E meu namorado que iria voltar pra Ithaca ainda naquela noite, já que iria trabalhar no dia seguinte ainda quis ficar comigo até a hora de eu embarcar. 
Chegiu então a hora de ir...ele me levou na fila do raio-x, e foi muito difícil soltar um do outro. Eu chorava demais!! E ele dizendo que me amava, e tal. Aí tive que ir....quando larguei dele comecei a chorar de soluçar e todo mundo na fila olhando pra mim. O leda ainda ficou lá uns 5 minutos mandando beijos e me olhando. No momento em que o vi virando e indo em direção a saída foi de longe a pior coisa que já senti na vida ( e ainda choro toda vez que lembro desse momento).Não há palavras pra descrever o que senti, só sei que não desejo isso a ninguém.
Depois, já no avião...conversei com alguns brasileiros, estava de boa...mas me deu um pânico quando vi o avião levantando vôo, e no momento em que suas rodas já não tocava mais o chão, pensei : "Acabou".

Dormi, com os olhos inchados. Acordei em um determinado momento e só pensava que a cada minuto que passava eu ficava mais distante de todos aqueles que eu queria ter para sempre ao meu lado.

Eu sei que não mencionei em nenhum momento o quanto estava ansiosa pra ver a minha familia e amigos, mas durante essas últimas semanas antes do meu embarque, toda vez que algo dava errado eu só queria estar em casa e que tudo já tivesse acabado.
Pouco antes de chegar no Aeroporto de Guarulhos, já pude avistar a feiúra da minha cidade. Tirei muitas fotos e pensei: "É, cheguei".
Na  hora de ir procurar a esteira pra pegar as minhas malas, vejo um rosto familiar, com cara de interrogação...era a minha prima que trabalha no aeroporto. Foi tão bom ser recebida ali, antes mesmo de passar pela alfandega, ou sei lá como se chama. Aí ela me deixou com o seu celular, e me deu a lista de coisas que minha mãe queria que eu comprasse. Depois de uma hora da Duty Free, eu fui com medinho passar pela alfandega, com medo de indagarem a quantidade de eletrônicos que trazia comigo. Mas...passei de boas e logo avistei minha mãe, meu irmão, minha outra prima com seus dois filhos (um dos quais eu ainda não conhecia), e aquela minha prima que me deu o celular.
Foi ótimos ver a todos.  Depois que esse momento de euforia passou, entramos no carro para ir pra casa, aí passando por uns bairros que tem perto do aeroporto, só conseguia pensar: "F*deu"
Transito caótico, pessoas andando no meio da rua, poluição visual e todas as outras coisas que havia me esquecido do Brasil...foi tenso.

Achooooo que já escrevi demais e outro dia eu posto a continuação disso aqui, se quiserem.



                                            Última foto com o meu amor, no aeroporto.                                               

Ciao!